Especialista alerta que diversos estudos apontam causas externas e orgânicas que elevam o risco do desenvolvimento da depressão entre pessoas com mais de 60 anos
Fonte: https://www.folhavitoria.com.br/
Foto: Freepik
Sensação de abandono, de impotência perante os problemas da vida e de que não é mais importante, são pensamentos nocivos e frequentes entre idosos que, além do sofrimento emocional, aumentam os problemas físicos, como cardíacos. O motivo não é apenas a mudança de vida com a aposentadoria, com os filhos que se tornaram ocupados ou a morte de amigos de longa data, é também físico. Um dos motivos é a falta da vitamina D, alerta o médico Juliano Burckhardt, cardiologista, nutrólogo e geriatra. “As pessoas idosas costumam ter heliofobia, a aversão ao sol, além disso, por diversas questões, muitos saem pouco de casa, principalmente nesta quarentena, o que agrava ainda mais a falta de vitamina D”, explica o médico.
Esta substância, que na verdade é um hormônio, regula centenas de atividades no organismo, entre elas, a produção de dopamina e serotonina, que mudam as emoções. “A vitamina D tem papel fundamental na parte cognitiva e emocional”, de acordo com o geriatra. “O idoso por si só já tem em média de 50% a 55% mais chances de ter transtornos depressivos, isso o faz se isolar e, ficando recluso, toma ainda menos sol e, com isso, ativa menos a vitamina D”, explica. Se não bastasse este ciclo, há mais agravantes, entre eles, a depressão sazonal. “Estudos mostram que idosos expostos a pouco sol se tornam mais suscetíveis à depressão sazonal. A pesquisa foi realizada nas serras catarinense e gaúcha e mostrou que 40% a 60% dos que já têm tendência a depressão têm ou tiveram quadros depressivos mais acentuados no inverno”, ressalta Burckhardt. Portanto, o hábito de sair pouco para caminhar e tomar sol em qualquer época do ano pode prejudicar a produção destas substâncias responsáveis pelo bom humor.
A recomendação do médico é sair para tomar sol diariamente, entre 15 e 20 minutos são suficientes. Ainda é importante ter alguma atividade física, que pode ser uma caminhada ao ar livre, e alimentação balanceada. “O idoso precisa comer de tudo, todos os grupos de alimentos, principalmente vegetais e alimentos ricos em cálcio, como folhas escuras e laticínios”, aconselha o médico. Sem contar os estímulos emocionais como conversas com amigos e familiares, leituras e risadas, “manter a mente ativa é fundamental para o cérebro receber estímulos positivos e não adoecer”.
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