Saiba como incentivá-los a se manterem ativos durante a pandemia, mas em segurança
Os idosos são um dos grupos mais afetados pelos impactos da pandemia do novo coronavírus. Por exigirem cuidados redobrados, eles acabam vivendo um isolamento social mais intenso, estando mais propensos ao sentimento da solidão, ansiedade e, muitas vezes – quando mal compreendida a situação – abandono.
“Um idoso pode estar em risco ampliado principalmente se estiver prisioneiro em um isolamento emocional, relacional e afetivo”, pontua Marcia Rejane Semensato, coordenadora de psicologia da Estácio, do Rio Grande do Sul.
Já quem se aposentou da vida laboral ainda sente falta da rotina de trabalho e de uma perspectiva de futuro, o que pode desencadear muitas vezes ansiedade ou até mesmo depressão. Isso é o que Jéssica Parmanhani, especialista em Gestalt, explica.
Especialistas enfatizam que muitas vezes a pessoa que está vivenciando esse sofrimento pode ter dificuldades de pedir auxílio. Por isso, é tão importante ter uma rede de apoio que possa estar atenta e dar esse suporte ao familiar ou ente querido. Mas como fazer isso? O que fazer para auxiliar na saúde mental desse idoso?
ATENÇÃO SEMPRE
Segundo Parmanhani, é necessário um olhar atento que contemple o sofrimento do idoso, percebendo a possível fragilização do laço com o desejo pela manutenção da vida. Alguns comportamentos podem indicar grande sofrimento, inclusive risco de suicídio, e precisam de atenção.
“Desinteresse pela vida ou por atividades que costumavam antes ser fontes de prazer, mudanças persistentes no humor, agir de forma contida (quando antes era alegre e extrovertido), demonstrar sinais de tristeza, descaso com medicamentos, usar frases como ‘caso algo aconteça comigo’, ou frases de autodepreciação”, alerta.
A profissional ainda explica que é necessário encontrar apoio médico e auxiliar o idoso: “É importante que parentes e pessoas próximas, e até mesmo a sociedade se atente a essa questão para que sejam agentes de afeto, solidariedade e motivação”.
O QUE FAZER?
- Pergunte se o familiar precisa de algo, se está bem, se mostre disponível para auxiliar em alguma tarefa ou apenas para conversar durante alguns momentos.
- Se o familiar pede auxílio, se compartilha seus sentimentos e pensamentos. O isolamento de contato afetivo sugere que outras questões de saúde emocional podem estar se manifestando ou se agravando, como solidão, desamparo ou inatividade.
- O aprendizado de novas tecnologias, como aplicativos de chamada de vídeo, por exemplo, pode amenizar a saudade dos familiares. Fora que aprender coisas novas fortalece a cognição e aumenta a autoestima.
- Além das tecnologias existem diversas possibilidades de interesses que podem ser exploradas. Pergunte quais curiosidades o idoso possui e incentive o aprendizado. Aprender coisas novas fortalece a cognição e aumenta a autoestima.
- Às vezes deixamos de lado algumas atividades que nos dão prazer e até esquecemos o quanto isso é bom. Incentive esse movimento e resgate. Os hobbies são extremamente vantajosos neste período, pois a maioria, além de serem muito saudáveis para manter-se ativo, podem ser feitos também individualmente.
- Revire o baú de fotos. Reveja com ela momentos importantes, que tragam boas recordações, essa ação pode resgatar o sentido de importância e pertencimento a vida de familiares e amigos queridos.
- Se na habitação houver algum espaço aberto, é interessante que o idoso tire alguns minutos pela manhã para tomar sol, além de aproveitar para absorver vitamina D, é possível observar o céu e relaxar.
Fonte original: https://anamaria.uol.com.br/
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